O bruxismo é uma condição que vem sendo cada vez mais reconhecida e discutida não apenas por dentistas, mas também por médicos, fisioterapeutas e psicólogos. Isso porque seus efeitos vão muito além da boca. Ele pode influenciar diretamente sua qualidade de vida, sono, produtividade e até mesmo o equilíbrio emocional.
Apesar de ser comum, o bruxismo ainda é pouco compreendido por muitos pacientes. Neste artigo, reunimos informações essenciais para você entender o que é essa disfunção, como ela age no organismo e por que merece atenção.
O que é bruxismo?
O bruxismo é caracterizado pelo **apertar ou ranger dos dentes de forma involuntária**, geralmente durante o sono, mas também pode ocorrer em momentos de vigília (quando a pessoa está acordada). É considerado um distúrbio de movimento e, em muitos casos, está associado a fatores emocionais, neuromusculares e até genéticos.
Existem dois tipos principais:
- Bruxismo do sono: acontece de forma inconsciente durante a noite, sendo mais difícil de perceber sem avaliação profissional.
- Bruxismo em vigília: ocorre quando a pessoa mantém os dentes cerrados ou com tensão constante durante o dia, muitas vezes em situações de estresse ou concentração.
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Quais são os sinais e sintomas?
Muitas pessoas só descobrem que sofrem de bruxismo após os primeiros danos estruturais aos dentes ou quando desenvolvem sintomas associados. Os sinais mais comuns incluem:
- Dores de cabeça frequentes (especialmente ao acordar)
- Sensação de mandíbula travada ou cansada
- Dores no pescoço, ombros e articulações temporomandibulares (ATM)
- Dentes desgastados, fraturados ou com mobilidade
- Recessões gengivais e retrações ósseas
- Estalos ou desvios ao abrir a boca
- Zumbidos no ouvido ou sensação de pressão
- Interferência no sono (inclusive para parceiros)
Impactos na saúde bucal
O bruxismo pode causar desgaste progressivo do esmalte dental, fraturas em restaurações, coroas e implantes, além de sobrecarregar músculos da mastigação e articulações da face. Com o tempo, esses desgastes comprometem a estabilidade da mordida e podem provocar:
- Recessões gengivais e sensibilidade dentária
- Perda óssea ao redor dos dentes e implantes
- Desajustes oclusais (mordida desequilibrada)
- Dificuldade para mastigar ou falar com naturalidade
- Dores crônicas e sensação de estresse constante
Relação com a saúde geral
O bruxismo não é apenas um problema dentário — ele é multifatorial e **reflete o estado físico e emocional do paciente**. Estudos apontam relações importantes com:
- Distúrbios do sono, como apneia e insônia
- Ansiedade e estresse emocional
- Alterações posturais e musculares
- Fadiga crônica e queda na qualidade de vida
- Distúrbios respiratórios como a Apneia Obstrutiva do Sono
Em alguns casos, o bruxismo é o **sintoma de algo maior**: um estilo de vida com alto nível de exigência, sono irregular, alimentação desbalanceada e pouca gestão emocional. Por isso, o tratamento deve ser pensado de forma integrativa e não apenas odontológica.
Diagnóstico e acompanhamento: por que é essencial agir cedo?
Muitos pacientes convivem com o bruxismo por anos, até que os efeitos se tornam visíveis — às vezes irreversíveis. O diagnóstico precoce, feito por um dentista com olhar clínico apurado e suporte de exames como o escaneamento intraoral e avaliação da ATM, é essencial.
A partir daí, é possível definir estratégias de controle, que podem incluir:
– Placas personalizadas (e não genéricas)
– Fisioterapia orofacial e postural
– Acompanhamento com psicólogos ou terapeutas, nos casos com forte carga emocional
Considerações finais
O bruxismo é um sinal de que algo no corpo e na mente está fora de equilíbrio. Ele exige atenção, empatia e uma abordagem baseada em evidências — não apenas o alívio dos sintomas, mas a busca da causa e o controle das consequências.
A informação é o primeiro passo. Ao entender o que é o bruxismo, você passa a observar seu corpo de forma mais consciente e a valorizar o cuidado preventivo.
Cuidar da sua saúde bucal é cuidar da sua saúde como um todo.

